A geração das mensagens de texto que adotou uma linguagem própria, com letras avulsas e emoticons formando o que deveriam ser sentenças inteiras, começa a mostrar as consequências disso. Mais da metade dos estudantes que têm de 14 a 17 anos não aprendeu praticamente nada do esperado para as séries que estão cursando, tanto em Português quanto em Matemática. Eles não sabem captar a informação principal de uma reportagem ou fazer um cálculo de porcentagem.
Embora todos tenham uma boa noção do quanto o sistema de ensino é precário no Brasil, dados do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), o mais importante exame brasileiro que mede desempenho dos alunos, escancara sem qualquer piedade o triste retrato da educação brasileira. Jovens que mal sabem ler e que não sabem interpretar ou entender.
Mais de 5,4 milhões de estudantes participaram do exame. O quadro é mais grave no ensino médio: sete em cada dez estão nos níveis considerados insuficientes de aprendizagem em português e matemática. “É uma das coisas mais preocupantes que a gente tem no País. Ou o aluno abandona a escola ou fica e não aprende nada”, reconhece o ministro da Educação, Rossieli Soares Silva.
Há alguns anos, o ensino público adotou uma burra estratégia de não mais reprovar os alunos para que eles não desistissem de ir para a escola. Sem cobrança, tudo ficou mais fácil. O resultado está aí.
Agora, como consertar isso? O que será da vida desses jovens? Que futuro profissional podem esperar?
Quando se fala que a educação deve ser prioridade, é prioridade mesmo, máxima, urgente, para ontem. Enquanto não se pensar com seriedade nesse tema, continuaremos a formar gerações sem futuro para um futuro que nós mesmos criamos.